sábado, 19 de junho de 2010

Os intelectuais no mundo Pós moderno

A palavra “intelectual” foi utilizada pela primeira vez na França logo após a publicação da “Carta Aberta de Émile Zola a Felix Faure, então Presidente da República, no jornal L’Aurore Littéraire de 13 de janeiro de 1898. Nesta carta Zola protestava em nome dos valores superiores da verdade e da justiça contra os juízo nulo a que foi submetido Dreyfus. Nas semanas seguintes a carta de Zola, o periódico continuou incluindo em algumas edições, protestos feitos por centenas de nomes conhecidos do público. Eram, antes de tudo, nomes de proeminentes professores universitários de diversas áreas, cada um portando uma sequência de títulos acadêmicos e prêmios honoríficos. Entre os acadêmicos havia também um bom número de artistas, arquitetos, advogados, cirurgiões, escritores e músicos. Já no número de 23 de janeiro, o editor Georges Clemenceau, anunciava que havia nascido uma nova e poderosa força política. A união desse grupo em torno de uma ideia política era sua ata de nascimento. Assim, deu a essa nova força o nome de “intelectuais”: “Não é este um sinal, todos aqueles intelectuais que vêm de todos os cantos da terra e se unem em torno de uma idéia?”.
Clemennceau se referia aos especialistas de alta roda, homens iluminados em suas áreas de conhecimento, que, ao consideram seus direitos e deveres, uniram-se pela defesa de valores importantes, uma vez que, não se sentiam protegidos. Na verdade esses intelectuais sentiam-se ameaçados pelas ações autoritárias do Estado. Ao dar esse passo, os signatários das cartas davam expressão as suas suposições tácitas.
Em primeiro lugar, apesar das diferentes atividades e profissões, havia um importante atributo compartilhado entre os acadêmicos, artistas, advogados, escritores e músicos. Graças ao saber excepcional que dispunham em suas respectivas áreas, ante o parco conhecimento da gente comum, todos tinham um relacionamento particularmente próximo aos valores fundamentais que sustentavam e determinavam a qualidade de vida da sociedade como um todo. Esses intelectuais eram considerados “os guardiões da verdade e da objetividade”, condição que os elevava acima dos interesses puramente partidários. Como principais praticantes de suas especialidades e portadores de excepcional confiança e estima pública eram também especialistas nos valores culturais que transcendiam qualquer isolamento de propriedade social ou qualquer função específica. Tinham, portanto, o direito de usar a enorme consideração pública, para interferir com suas posições sobre as questões de interesse coletivo. Tinham o direito de falar com autoridade sobre questões que não eram diretamente relacionadas com suas áreas. Eles eram a “alta inteligência” denominada por Regis Dubray: “coletividade de pessoas com base social que tornam notórias suas opiniões individuais sobre assuntos públicos, independente do processo de regulação civil nos quais os cidadãos comuns são circunscritos”. Coletivamente têm um poder que, embora proveniente de diferentes fontes, podem ser configurados para além de (e, se necessário, contra) os políticos eleitos.
Em segundo lugar, ao tomarem posição de questionamento em relação às políticas públicas, particularmente questionavam os significados éticos. Tornavam-se porta vozes do povo sempre que os políticos, gestores e profissionais do setor público falhavam nas suas pastas. Como grupo, os intelectuais assumiram a responsabilidade de acompanhar e fiscalizar as ações daqueles que foram designados como guardiões dos valores públicos, assim como, sentiam-se na obrigação de intervir quando as ações públicas encontravam-se abaixo da norma. Ao fazê-lo, os intelectuais transcendiam seus interesses de grupo e de ofício. Consideravam-se uma categoria “não egoísta” dentro da sociedade e, por essa razão, uma categoria imparcial, objetiva em suas opiniões e autorizada a falar em nome da sociedade como um todo. No tocante a formulação Lucien Herr, só os intelectuais são pessoas "que sabem como colocar o ideal da lei e da justiça, acima dos interesses pessoais e de grupo”.
Em outras palavras, “intelectuais” são aqueles que têm (ou alegam ter) tanto a capacidade como o dever de atuar com a “consciência coletiva” da nação, ultrapassando assim, as diferenças profissionais, tanto nas suas próprias fileiras, como nas diferentes áreas. Agem irmanados pelos interesses da nação, tendo como principal virtude protegê-la e desenvolve-la. São definidos pelo que fazem para além de suas funções profissionais. Ser um “intelectual” significa desempenhar um papel peculiar na vida de uma sociedade como um todo. É esse desempenho que o transforma em um intelectual e não apenas o fato de ser um membro da “classe do saber”, que tenha obtido as credenciais formais do processo de educação ou da condição de membro de um grupo profissional específico (esta ultima é uma condição necessária, mas não suficiente para a incorporação da categoria de “intelectual).
Uma vez cunhado por Clemenceau, o conceito de intelectual funcionou ao longo deste século mais como um postulado, um projeto, um chamado mobilizador, do que como uma definição empírica, “objetiva” de uma categoria particular da população. Embora assumindo uma forma descritiva, seu verdadeiro significado era uma intervenção aberta, que teve de responder com a escolha pessoal do compromisso. Um chamado aos grupos privilegiados da sociedade que deveriam admitir sua responsabilidade global, assumi-la e exercê-la a serviço da sociedade como um todo. Ao mesmo tempo, era um procedimento legitimador, que justificava a intervenção política, uma vez que tinha sido realizado sob a enorme influencia do manifesto de Julien Benda, publicado em 1927. Esta compreensão de uma responsabilidade e uma missão política dos intelectuais se dava no sentido de dominar (mesmo que isso pesasse contra eles) através da autoconsciência dos segmentos letrados da sociedade.Portanto, desde o principio o conceito de “intelectual” foi um conceito militante, mobilizador, com sua linha de ação voltada contra tendências antagônicas. A crescente fragmentação da classe do saber, proporcionada pela expansão de áreas de conhecimento e a consequente diminuição de importância das profissões eruditas (e de “público”em geral) numa época em que a política tornava-se uma ocupação a parte de tempo integral. Portanto, apesar de aparentemente preocupado com o futuro, o conceito guarda um sabor nostálgico. Era um chamado a reafirmar e a restaurar a unidade e a elevada autoridade pública dos homens dos saber, uma vez que gozavam(e, supostamente, é verdade), de um suposto privilégio, mas que agora estava sendo corroída ao ponto de ser perdida.

ZIGMUND, Bauman. “Los intelectuales em el mundo pos moderno”, In: Revista Critérios (34), La Habana: Casa de las Américas, 2003.

sábado, 29 de maio de 2010

Comentario do Canalha Wendell

Caro MESTRE Tony leão,Primeiro quero parabeniza-lo por sua iniciativa de reestruturar a canalha dentro de novo um projeto de critica ao modelo político filosófico neo - liberal, e superação do modo de produção capitalista. É caro colega este resgate se faz sim necessário, estamos ocupados com nossos afezeres que esquecemos do movimento revolucionário, porém acredito que concordaras comigo: enquanto não fazemos a "revolução" temos que nos sujeitar a exploração da mão de obra operária, pois atendemos nossas necessidades básicas(tomar cerveja todo final de semana por exemplo) através do consumo, e para isso precisamos do "REAL". Qual será nosso referencial nas eleições deste ano? O PT e o PSDB vão fingir uma briga para nos enganar, mas o programa de ambos é manter tudo do jeito que está. A elite brasileira nunca esteve numa posição tão tranquila quanto estará na eleição deste ano. Mudando de pau para cacete, o nome do bloco está muito pequeno, se faz necessario acrescentar mais alguns nomes, canalha por exemplo. pelo que entendi as reuniões serão em:12/02, 19/02 e 26/02 sendo que neste dia sairemos pelas ruas de belém. vai ter abadá? e o samba enredo? não esquece ainda que vamos concorrer com o "xiri relampiando". UM abraço a todos e mantenha-me informado sobre o andamento do processo produtivo.Saudações canalhisticas.

Treplica do Camarada Tony

Camaradas, considerando a importancia do debate livre e democratico estou encaminhando as considerações de nosso companheiro junior em resposta ao chamamento de reestruturação da canalha mandado por mim aos companheiros . Esta refleção do companheiro é fruto de detida abstração ludico-etilica-telurica-canalistica-libertaria porisso encaminho a todos.Ps. Estou a preparar a manifestode 10 anos da canalha que dentro em breve estará nos jornais de circulaçõa internacional.

Resposta do Canalha Junior ao Canalha Tony

CANALHA JUNIOR
Companheiro e canalha Tony concordo, afirmo e não refuto tais afirmativas. Mas pensando na canalha como uma entidade anarco-libertária ludico etílica, que foi filosoficamente aclamada em fevereiro de 1996 por conta de uma circunstância especial de destino, considero que não há tal reclamação de apatia do momento histórico em um grupo apartidário. Há dez anos viviamos as ressonâncias do fim do socialismo real, com aqueles discursos de "fim da História"; do pós modernismo; do epcentro das políticas neoliberais no Brasil e da efervescência dos conflitos agrários em nosso país. Tal situação possibilitou uma euforia utópica em nossos corações, e munidos deste entusiasmo pretendemos reagir as estruturas da voraz sociedade capitalista, não de forma classica, mas de forma comportamental, clandestina, e para alguns até mesmo boba. Porém, a resistência pela espontaneidade às instituições estabelecidas foi objeto central nas metas da canalha "a vil ralé que cospe no chão" e por isso não titubeou em se pulverizar nos diversos seguimentos sociais atravez de um mimetismo abrangente que deixa transparecer uma não ação de um grupo de acadêmicos ociosos.Portanto, a retórica que se faz neste momento, 16 anos depois da queda do muro de Berlim, quando várias esperanças também cairam, e dez anos após nossas embrionárias reuniões, é a de um socialismo cristão ao modelo chavista, ou a de um "mundo sem fronteiras" no desejo da TIM, ou mesmo, aos modelos de alternativa não alternativas no que tange as críticas ao atual governo, possibilitando um mosáico de interpretações e decisões que deixam qualquer analista sem direção. A Canalha é muito maior e muito mais forte que essas tacanhas circunstancias taltológicas da conjuntura política nacional e internacional; a Canalha é o berço da sociedade do terceiro milenio, nem direita nem esquerda, nem teológica nem pagã, nem homo nem hetero ela é aquilo o que aparenta ser, apresentando a herança dos cínicos da Grécia clássica que cagavam na rua não ligando para as convenções.
Sem mais companheiro, que ocupa a cadeira de número quatro da canalha (pois a primeira é uma homenagem a canalha dos séculos passados; a segunda era do Wanderley, depois substituida por mim; e a terceira do lendário Adalto), desejo-te força esperança e tato para propormos um modelo especifico de vivência humana através da Canalha. Agradecido.

Carta do canalha Tony aos Canalhas fevereiro de 2006

CONVOCATORIA DO CANALHA TONY
Caros companheiros, Venho notando que nos últimos tempos a "canalha" vem desenvolvendo trajetória equivalente ao refluxo de mobilizações que acomete os mevimentos sociais de forma geral no Brasil, na última década.Parece-me que estamos sofrendo as consequencias de anos de neo-liberalismo, agora reforçado com as desconfianças referentes ao governo Lula. Neste contexto tenho pensado que não é hora e esmorecer. Devemos, apesar de estarmos na contra corrente, comtinuar a luta revolucionária da causa canalistica. E devemos aproveitar a mudança de tempos que começa a ocorrer nos movimentos social, sobretudo na América latina (Chaves na Venesuel, Morales na Bolívia, A Cuba de Sempre, sem falar nos casos do Chile e Argentina).O tempo Urge! E é tempo da revolta da canalha!Pensando nisso convoco todos os canalhas que ainda acreditam nos seus ideais a encherem as fieleiras do Bloco "Sociedade alegre, unida,cantante, carnavalhesca, cordão e universidade do samba, canaval e coisa similares Mangaldos Urubus". Bloco este que sairá no dia 26 de fevereiro do The Beatles, e que em dois domingos anteriores fará o aquecimento no referido bar.Confiantes de seus engajamentos nessa nova batelha, mando abraços canalisticos.Toni Leâo. Secr. de assuntos aleatórios da "canalha" e diretor substituto, doutor honores causa, para asuntos de mobilização e sacangens afins do Mangal dos UrubusPS: Passem a notícia para os demais canalhas espalhados por ai

O Manifesto canalista ano 10

O Manifesto Canalhista.
Uni-vos canalhas de todo o mundo pela causa canalhistica. Mas qual é a causa canalhistica? Quais as suas convicções? Quais seus projetos políticos? Seria precipitado estabelecermos um conceito apurado e definitivo em um manifesto conclamatório das diretrizes e ações da Canalha no contexto da pós-modernidade. É necessário pontuarmos historicamente os percursos dos significados semânticos da palavra no Brasil, para definirmos o sentido e a reestruturação hermenêutica do conceito da Canalha para o terceiro milênio.Durante muito tempo o termo “canalha” foi usado pejorativamente como sinônimo de falta de caráter ou comportamento animal – Canalha: aquele que vem dos cães, ou aquele que vive com os cães – era a comparação mais vil e rasteira atribuída aos infames homens inescrupulosos que cometiam crimes ou faziam afrontas à ordem pública, tal qual as matilhas sedentas atrás das cadelas que ao exalar seu odor, proporcionavam uma competição pelo prazer animal. Este significado original ganhou proporções significativas quando o termo passou a constituir um sentido de classe. Não temos informação sobre, a partir de quando, a palavra passou a ser veiculada com um sentido classista negativo. Mas, já nos séculos XVIII e XIX, ela aparece nos documentos fazendo referência às classes populares. Talvez, deva ter vindo com as esquadras portuguesas que aportaram no Brasil durante todo o Período Colonial, trazendo tanto a fidalguia como a escória da sociedade portuguesa.
Os homens de cabedais da sociedade brasileira, Luzias e Saquaremas, costumavam se referir às classes populares como “a Canalha, a vil ralé que cospe no chão”, aquela categoria de gente que guardava em si todos os dissabores de uma sociedade civilizada que ocultavam os princípios morais e ultrajavam a boa sociedade com seu comportamento torpe.Hoje, o termo Canalha aparece nos dicionários da língua portuguesa como: “gente vil; escória social; ralé; pessoa infame; biltre; patife, ou seja, aos marginalizados que, não raro, se relacionam com a gente pobre ou às pessoas sem caráter”. Precisamos redimensionar a Canalha, dar a ela o sentido histórico que ela sempre mereceu, acendendo as luzes da esperança na ética vinda de baixo, emergindo como força centrípeta.É neste sentido que devemos pensar a Canalha como uma entidade que surgiu no epicentro das transformações pós-socialismo real, embalada por uma euforia que emana a esperança na luta pela causa humana, pelo respeito, pela equidade, pela retidão e, principalmente, pelo prazer de viver. A Canalha não é um movimento a toa, ela é o embrião da nova atitude política de esquerda, meio partidária, meio libertária, ambivalente, paradoxal, bipolar e dialética. Ela é a esperança do terceiro milênio o novo mosaico interpretativo da sociedade alternativa.Afirmando o seu caráter lúdico-etílico, libertário, prosaico-lírico, socialista, marxista, zen, pós-capitalista. A Canalha vem hoje, neste momento jubilar, celebrar a certeza de que a esperança e a luta nunca deixaram de fazer parte de nossos corações e nossas mentes em busca de um mundo mais justo e melhor.


José Dias Junior,

Belém
08/02/2006

quarta-feira, 26 de maio de 2010


Não confundam o governo de Ana Júlia com os governo ditatoriais no Brasil das décadas de 60 e 70. É prática do governo Ana Júlia mandar bater em professores e apoiar destruição do meio ambiente amazônico atavés dos planos predatórios do governo Lula na construção da hidrelétrica de Belo Monte.